sexta-feira, 18 de novembro de 2011

DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA



DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

 

O Dia 20 de Novembro é, sem dúvida, uma grande conquista dos movimentos sociais, que lutam contra o preconceito racial e pela garantia da igualdade de direitos. Esta data foi escolhida em homenagem a Zumbi dos Palmares, já que este foi o dia de sua morte, em 1695. Embora o Dia da Consciência Negra seja celebrado desde a década de 1960, somente em 9 de janeiro de 2003, esta data foi instituída oficialmente pelo projeto de lei número 10.639.
Irrefutavelmente, Zumbi foi um grande guerreiro e, por conta disso, é considerado símbolo da resistência e luta contra a escravidão. Zumbi nascera livre, mas fora capturado e entregue a um padre católico, com quem permaneceu até os 15 anos, chegando a ser batizado com o nome de Francisco e a aprender a língua portuguesa e a religião católica.
Obviamente, a luta pela igualdade continua e muitas coisas já aconteceram de lá pra cá. Hoje, há uma articulação maior e muitos mecanismos são usados nesse prélio. Na época de Zumbi, a resistência e os quilombos, eram as armas mais fortes e, muitas vezes, a fuga era a única saída. Nos dias atuais, com a “liberdade de expressão” e a homologação de algumas leis, há uma disseminação maior dos anseios da sociedade negra, o que resulta em conquistas relevantes.
Essas conquistas, nem de longe, são o suficiente para garantir a inclusão plena do negro na sociedade, bem como romper definitivamente com preconceito racial. Mas, abrem fronteiras para que o grito desse grupo étnico possa ecoar, de forma mais abrangente e com uma força maior.
A difusão da cultura afro, antes proibida, sem dúvida é um dos mecanismos que fortalecem o movimento negro no país. Embora esta, também, seja alvo de exploração oportunista por parte de alguns. Vale ressaltar que somente no governo de Getúlio Vargas, a cultura afro-brasileira começou a obter aceitação oficial, após o samba ocupar posição de destaque na música popular brasileira. No ensejo, as Escolas de Samba ganharam aprovação governamental, através da União Geral das Escolas de Samba do Brasil, fundada em 1934. No mesmo governo, a capoeira é reconhecida oficialmente, e Vargas a destaca como o único esporte verdadeiramente nacional. Hoje, a cultura afro ganha destaque desde a culinária à moda.
Levando em consideração a abrangência das conquistas afro-brasileiras e a postura da sociedade em geral, em relação a estas, penso que não é a Consciência Negra que se deve trabalhar e sim, a Consciência Humana. Uma vez que as instituições são formadas de pessoas e, são as pessoas que há em cada um de nós que devem ser repensadas, humanizadas. Somente o exercício da Consciência Humana poderá garantir a igualdade de direitos, sem desconsiderar as diferenças, mas não permitindo que estas, coloquem um indivíduo em condição superior ou inferior ao outro.
As diferenças étnicas e comportamentais sempre vão existir – e que bom que elas existam. O respeito às peculiaridades de cada um, ou de cada seguimento sociocultural é o que faz a diferença. Não dá para vencer o preconceito racial levantando bandeiras. Enquanto colocarmos a nossa etnia, seja ela qual for, como elemento diferenciador da nossa condição humana, vamos estar proliferando a desigualdade social.

Ivone Alves SOL

DA COR DO BRASIL

A minha cor não é minha
A minha cor eu herdei
Da áfrica, Grécia ou da China
Do índio ou do português.

Sou brasileira nordestina
Da Bahia de Todos os Santos
Mas minha cor não é minha
Sou negro, índio e sou branco

Sou um misto de cores
Sou diferente e sou igual
E nem me servem essas cores
Se a minha luta é braçal

Eu sou da cor do Brasil
Que nunca teve uma cor
Sou da nação Zumbi
Sou liberdade e clamor

Ivone Alves SOL


Um comentário:

Morgana Gazel disse...

Sol, você sempre me surpreendendo com sua arte, cultura e amorosidade; quando penso que já vi tudo, você mostra mais. Que as forças positivas do universo acompanhem-na em sua caminhada. Um abraço.